Introdução
No último final de semana, os paralelepípedos históricos da França testemunharam um momento épico: Pauline Ferrand-Prévot venceu a edição mais recente da Paris-Roubaix, uma das provas mais desafiadoras e emblemáticas do ciclismo mundial. A ciclista francesa, conhecida por sua versatilidade e títulos em diversas modalidades, brilhou na “Rainha das Clássicas”, superando um pelotão de elite com uma performance de força, estratégia e resistência.
Essa vitória não é apenas mais um troféu na já impressionante carreira de Pauline — ela marca uma conquista simbólica no avanço e na visibilidade do ciclismo feminino. Vencer em Roubaix é escrever o nome na história do esporte, e para uma atleta que já foi campeã mundial no ciclismo de estrada, mountain bike e ciclocross, esse triunfo reforça seu status como uma das maiores ciclistas de todos os tempos. A prova, conhecida pelo sofrimento e pela glória, encontrou em Pauline uma protagonista à altura de sua fama lendária.
Quem é Pauline Ferrand-Prévot?
Pauline Ferrand-Prévot é um verdadeiro fenômeno do ciclismo mundial. Nascida em 10 de fevereiro de 1992, na cidade de Reims, na França, ela se destacou desde cedo como uma atleta fora do comum. Pauline não apenas compete em diferentes modalidades do ciclismo — ela domina todas elas. Sua carreira é marcada por uma versatilidade rara, que a tornou a primeira ciclista da história a conquistar títulos mundiais em três disciplinas diferentes: estrada, mountain bike e ciclocross.
Em 2014, aos 22 anos, Pauline já chamava a atenção ao vencer o Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, consagrando-se como a ciclista mais jovem a conquistar esse título. No mesmo período, ela já acumulava conquistas no MTB e no ciclocross, demonstrando uma capacidade impressionante de adaptação entre terrenos e formatos de prova.
No mountain bike, Pauline é multicampeã mundial nas modalidades cross-country olímpico (XCO) e short track (XCC), além de ter dominado o ranking da UCI por várias temporadas. No ciclocross, uma modalidade intensa e técnica, também levantou a camisa arco-íris de campeã mundial, provando que nenhuma adversidade é grande demais para sua técnica e resiliência.
Sua marca registrada é a capacidade de se reinventar, de mudar de foco, de treinar com disciplina e retornar ao topo em diferentes fases da carreira. Mais do que uma campeã, Pauline Ferrand-Prévot representa a força de uma geração de ciclistas que desafia limites e quebra barreiras — dentro e fora das pistas.
O que é a Paris-Roubaix?
A Paris-Roubaix é uma das provas mais icônicas e temidas do ciclismo mundial. Disputada desde 1896, essa clássica francesa ficou conhecida como o “Inferno do Norte” — apelido que não é exagero. O percurso atravessa trechos de paralelepípedos extremamente irregulares, chamados de pavés, que testam ao limite a habilidade, resistência e coragem dos ciclistas. A linha de chegada, localizada no famoso velódromo de Roubaix, é um símbolo de glória para quem consegue superar o sofrimento da jornada.
A prova ocupa um lugar especial no calendário do ciclismo profissional, ao lado de outras Monumentos como a Milão-Sanremo, o Tour de Flandres, Liège-Bastogne-Liège e o Giro de Lombardia. Vencer em Roubaix é um feito lendário — é entrar para a história do esporte com letras maiúsculas.
Por mais de um século, a prova foi exclusiva para homens, até que, finalmente, em 2021, foi realizada a primeira edição feminina da Paris-Roubaix. A estreia histórica foi um marco para o ciclismo feminino, simbolizando reconhecimento, espaço e igualdade de oportunidades. Desde então, a versão feminina vem crescendo em visibilidade, competitividade e prestígio, atraindo cada vez mais atletas de elite e a atenção do público e da mídia.
A cada nova edição, a Paris-Roubaix Femmes se consolida como um dos momentos mais esperados da temporada. E com a vitória de nomes como Pauline Ferrand-Prévot, a prova reforça seu papel fundamental na construção de um ciclismo feminino cada vez mais forte e emocionante.
Como foi a vitória de Pauline Ferrand-Prévot
A edição de 2025 da Paris-Roubaix Femmes foi marcada por uma performance memorável de Pauline Ferrand-Prévot, que conquistou uma vitória histórica em sua estreia na prova. Apesar de enfrentar uma doença e sofrer uma queda durante a corrida, a ciclista francesa demonstrou resiliência e estratégia excepcionais para alcançar o topo do pódio .
Condições da prova e estratégia da equipe
A corrida ocorreu sob clima ameno, com ventos fortes favorecendo ataques no final. Com 148 km de extensão e 17 setores de paralelepípedos, o percurso exigiu habilidade técnica e resistência das atletas. A equipe Visma-Lease a Bike, da qual Pauline faz parte, adotou uma estratégia inteligente: enquanto Marianne Vos controlava o pelotão e neutralizava ataques adversários, Pauline aguardava o momento ideal para agir .
O ataque decisivo
A cerca de 25 km da chegada, Pauline lançou um ataque solo, alcançando Emma Norsgaard (Lidl-Trek) e, posteriormente, deixando-a para trás no setor de Camphin-en-Pévèle. A partir desse ponto, manteve um ritmo forte e constante, ampliando sua vantagem sobre as perseguidoras .
Desempenho e adversárias
Pauline cruzou a linha de chegada no Velódromo de Roubaix com uma vantagem confortável, tornando-se a primeira francesa a vencer a Paris-Roubaix Femmes. Letizia Borghesi (EF Education-Oatly) terminou em segundo lugar, seguida por Lorena Wiebes (SD Worx-Protime) em terceiro .
Emoção na chegada
Ao cruzar a linha de chegada, Pauline expressou sua emoção e surpresa com a vitória, especialmente considerando os desafios enfrentados antes e durante a corrida. Sua conquista foi celebrada como um marco para o ciclismo francês e feminino, consolidando ainda mais seu legado no esporte .
O impacto da vitória
A vitória de Pauline Ferrand-Prévot na Paris-Roubaix Femmes 2025 é um marco não apenas para sua carreira, mas para todo o ciclismo feminino. Vencer essa clássica lendária é algo que poucos atletas conseguem — e Pauline fez isso com a maestria de quem já escreveu capítulos memoráveis em várias modalidades do ciclismo. O feito consolida ainda mais seu status como uma das maiores ciclistas da história, agora com uma vitória na prova mais simbólica do calendário das clássicas.
Para a França, essa conquista teve um peso emocional extra: Pauline se tornou a primeira francesa a vencer a Paris-Roubaix Femmes, trazendo uma vitória emblemática para casa em um dos palcos mais tradicionais do esporte. É um triunfo que ecoa na cultura esportiva do país, inspirando jovens atletas e reafirmando o protagonismo francês nas competições de alto nível.
No cenário internacional, a vitória também representa a força e a evolução do ciclismo feminino. A presença de uma atleta tão completa e vencedora como Pauline em uma prova desse porte chama atenção para a qualidade, a emoção e o valor das corridas femininas — que, felizmente, ganham cada vez mais espaço e visibilidade.
Nas redes sociais e na mídia, a repercussão foi imediata. Milhares de fãs celebraram a conquista com entusiasmo, e grandes veículos esportivos destacaram a superação de Pauline, que venceu mesmo tendo enfrentado uma queda e problemas de saúde nos dias anteriores à prova. Companheiras de equipe, adversárias e ex-atletas fizeram questão de homenagear a vitória, reconhecendo o feito como um dos momentos mais marcantes da temporada.
Mais do que uma medalha ou um título, a vitória na Paris-Roubaix foi uma declaração: Pauline Ferrand-Prévot não conhece limites — e o ciclismo feminino está cada vez mais no lugar de destaque que merece.
Reações e declarações
A vitória de Pauline Ferrand-Prévot na Paris-Roubaix Femmes 2025 gerou uma onda de entusiasmo e admiração no mundo do ciclismo. Pouco depois de cruzar a linha de chegada, visivelmente emocionada, Pauline declarou que a vitória foi uma surpresa até para ela, especialmente após ter enfrentado uma queda e sintomas de doença nos dias que antecederam a prova:
“Foi uma das corridas mais duras da minha vida. Eu estava doente, caí… mas segui acreditando. Estou muito feliz por ter conseguido.”
Essa declaração simples e sincera, feita ainda no velódromo de Roubaix, reforçou a imagem de uma atleta guerreira, resiliente e apaixonada pelo que faz. A repercussão foi imediata: ciclistas profissionais, ex-atletas, jornalistas e fãs encheram as redes sociais com mensagens de apoio, admiração e orgulho.
Marianne Vos, companheira de equipe e lenda do ciclismo, também comentou a conquista:
“Pauline é incrível. Sabíamos que ela tinha força, mas vê-la vencer hoje, nas condições em que estava, foi emocionante. É inspiradora.”
Outras ciclistas, como Annemiek van Vleuten e Kasia Niewiadoma, parabenizaram Pauline pela vitória e destacaram sua importância para o ciclismo feminino, não só pela performance, mas pela trajetória de superações e conquistas em múltiplas disciplinas.
Nas redes sociais, o nome de Pauline figurou entre os assuntos mais comentados no Twitter/X e Instagram, com milhares de mensagens destacando sua garra e o simbolismo da vitória em uma das provas mais emblemáticas do mundo. A hashtag #ParisRoubaixFemmes ficou em alta durante todo o fim de semana.
Além disso, veículos de imprensa como L’Équipe, Cyclingnews, VeloNews e The Guardian publicaram manchetes elogiosas, chamando a vitória de “histórica”, “heroica” e “inesquecível”.
Pauline, mais uma vez, mostrou que é muito mais do que uma campeã: é um exemplo de força, paixão e inspiração, dentro e fora das pistas.
Conclusão e legado
A vitória de Pauline Ferrand-Prévot na Paris-Roubaix Femmes 2025 não foi apenas mais uma medalha em sua coleção. Foi um capítulo especial em uma carreira que desafia qualquer padrão. Ao triunfar em uma das provas mais exigentes do ciclismo, ela não apenas reforçou sua posição como uma das maiores ciclistas da história, mas também elevou o ciclismo feminino a um novo patamar de visibilidade e prestígio.
Pauline já era uma lenda antes de Roubaix. Agora, é um ícone completo — a ciclista que venceu onde poucos têm coragem de tentar. Sua versatilidade, coragem e paixão pelo esporte a tornam uma referência para atletas de todas as idades e modalidades.
Esse momento ficará marcado como um divisor de águas. Para a França, representa o orgulho de ver uma atleta da casa triunfar em solo sagrado. Para o ciclismo feminino, simboliza a força de uma geração que exige e merece espaço, estrutura e reconhecimento. Para os fãs do esporte, é uma lembrança de que a verdadeira grandeza não está apenas nos títulos, mas na forma como eles são conquistados.
A vitória de Pauline em Roubaix não fecha um ciclo — ela abre um legado. E com a história ainda sendo escrita, o mundo do ciclismo segue de olhos atentos e coração acelerado para o que vem a seguir.